Um azul transparente
Caiu de seus olhos
Tempo para perguntar
O que te faz bem
Tempos difíceis
No mundo físico
O corpo torce todo
Enclausurando tudo
Sem objetivos
Sem sabores ocultos
1, 2
Um caminhoneiro crente
Fechou os seus olhos
Um acidente óbvio
E os góticos filmaram
Filmes difíceis
Não tem heróis
O mundo todo peca
Absorvendo o meca
Velhos religiosos
Nasceram sem sabor
3, 4
A gente sente cada grão de sal
A língua é quente, me arde, vou vomitar
Rosto de santo é tudo igual, brancos
Filhos do medo de seus pais, papas
Não poderiam perder o controle
Nem o seu olho perder sua farpa
Tira a trave da cara
Arranca a sola do tênis
Quero ver correr no asfalto
Descalço pelos seus altos e baixos
Você não tem alma
Te falta coragem, burro
Você não lutaria
No fundo do poço
O urro no monstro
É pra assustar os fracos
E os gastos, os atos, os passos
Os laços, é claro, destroçados
E da malemolência que verte
A essência do nosso sistema
Mano, você não tem valores?
A gente sente cada grão de sal
A língua é quente, me arde, vou vomitar
O messias das chagas
Alexandre, o grande, das sinas
Regalias são menores que pragas
Dissolvendo toda alegria
A gente anda bem ferrado
Segregando cores
Magia branca e preta
Tiro no pé e internet lenta
Matamos nossas crianças
Com chocolate de noite
Muito salada de dia
Falta de amor os vicia
Muito mais que video game
Fé de mentira
Sacramentos drásticos
E um geme geme toda noite
Ela só quer sentir prazer
Ele só quer, morrer de prazer
Mas o que ninguém quer?
Pagar o preço de ceder pro filho
Aqui nós é gênio antigo
E o único pedido
É não saber quando que vai morrer
A gente vende cada ação do mal
A língua mente, um infarte, vou me acabar