Minhas pernas gritavam de dor
Corriam atordoadas em um campo minado com flor
O suor ou a lágrima, o que mais me chovia era olhar para trás e Continuar com medo
Medo do futuro, medo do escuro, apesar de...
Estar sempre no escuro, nulo, mudo e surdo
E os absurdos do mundo me sujam de oléo e de musgo
O vento batia na cara
E me fazia chorar
Lágrimas sem sentido, eu diria
O vento me avoava
Para muito longe daqui
Longe demais, eu diria, mas...
M de mas, m de magia negra, m de minha dor
M de um monstro destruidor em minha cabeça
M de estar sozinho a mesa
Ao sentar a mesa sozinho com um monstro em minha cabeça
M de matar ou morrer
M de mistério ao pensar que todo pensar é inútil se eu pensar no fim
M no fim e m no começo
M de magia branca tão destruidora
Quanto a perda de um m no verbo mandar
M de miséria ao percorrer um mundo
Em minha cabeça sem saber nadar ou voar
E não saber ajudar ninguém
Como Metá Metá eu vou virar mendigo
E como Kiko Dinucci solar na desgraça desse mundo inútil
Mas manter-se vivo
M de manter-se no caminho para casa, mesmo se achando perdido
M de manter-se vivo
Mas minhas pernas gritavam de dor
Minhas pernas gritavam de dor